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Com uma atuação convincente, sobretudo na primeira etapa, a seleção brasileira venceu o Qatar por 2 a 0 no Mané Garrincha, em Brasília. O amistoso, que já começou cercado de tensão pela acusação de estupro contra Neymar, ganhou ainda mais um elemento quando o camisa 10 sofreu uma lesão no tornozelo direito. Ele nem sequer ficou o tempo todo no estádio, que viu a torcida até gritar o nome de Tite para celebrar o bom desempenho na noite de hoje.
A equipe de Tite abriu o placar aos 16 minutos do primeiro tempo, em bela cabeçada de Richarlison. Foi durante a comemoração que Neymar correu para o banco de reservas e desabou em lágrimas por mais um problema físico. Ainda na etapa inicial, aos 24 minutos, Gabriel Jesus ampliou a vantagem. No fim, Khoukhi bateu pênalti na trave e desperdiçou chance de gol de honra para o Qatar.
O Brasil tem novo amistoso de preparação para a Copa América neste domingo, às 16h, em Porto Alegre. A seleção de Honduras será a rival, no estádio do Beira-Rio. Já a estreia na competição continental está marcada para o dia 14, no Morumbi, em São Paulo, contra a Bolívia.
Quem foi bem: Richarlison
O jogador mais regular da seleção brasileira no ciclo da Copa do Mundo de 2022 é Richarlison. No oitavo jogo pelo time canarinho, o atacante marcou pela quarta vez, manteve a artilharia no período e ainda registrou a primeira assistência. Foi dele o passe preciso que deixou Gabriel Jesus em condições de fazer o 2 a 0. Os dois são os maiores goleadores do Brasil após o Mundial na Rússia e puxaram a fila da boa atuação brasileira na noite de hoje.
Em meio à crise, Neymar chora com mais uma lesão.
O Brasil havia acabado de abrir o placar com Richarlison quando Neymar correu em direção ao banco de reservas. O camisa 10 acusava dores no tornozelo direito, que sofreu uma entorse após uma dividida no meio de campo, e já começava a chorar. Após uma proteção com gelo ser colocada no local, Neymar foi para o vestiário, onde recebeu a visita até do pai. Durante o segundo tempo, deixou o estádio de muletas.
A atuação do Brasil
Diante de toda pressão que já o acometia após a Copa de 2018 – e todos os elementos espinhosos do caso Neymar -, Tite conseguiu colocar em campo uma seleção de alto rendimento. Ainda que o Qatar tenha mostrado fragilidades, o Brasil conseguiu trocar passes com envolvência, infiltrou na área rival com facilidade e finalizou com frequência elogiável.
Na beira do campo, Tite se mostrava satisfeito, mas não deixava o ritmo baixar com os pedidos por “jogo curto”. No gramado, os atletas apresentaram muita concentração. O nível caiu um pouco na metade final do segundo tempo, quando apareceram passes errados e alguns chiados das arquibancadas, rapidamente engolidos por gritos por Tite.
A atuação do Qatar
O atual campeão asiático e país-sede da próxima Copa do Mundo teve sua primeira experiência na América do Sul. E logo contra o Brasil. O desempenho no primeiro tempo, porém, não foi um bom cartão de visitas. O time qatari foi sufocado no campo de defesa, perdeu bolas com facilidade e saiu para o intervalo com dois gols sofridos, além de um pênalti anulado pelo VAR. A situação só teve leve melhora na etapa final, com um chute cruzado que levou perigo a Ederson e uma penalidade perdida por Khoukhi.
Cronologia do Jogo
Esse estilo mais agressivo imposto por Tite pôde ser percebido desde os primeiros lances do jogo. A seleção brasileira entrou com as linhas bastante adiantadas, pressionando a saída de bola qatari e conseguiu desarmes já na frente da área. A pressão se converteu em tabelas, finalizações e, finalmente, em gol.
Aos 16 minutos, Daniel Alves cruzou da direita e Richarlison acertou bela cabeçada para vencer o goleiro Al Sheeb. Enquanto os jogadores comemoravam, Neymar precisou ser substituído e deu lugar a Everton. Já aos 24 minutos, Richarlison apareceu como garçom e deu bom passe para Gabriel Jesus finalizar com tranquilidade e definir o placar.
O Brasil ainda poderia ter chegado ao terceiro antes do intervalo, em cobrança de pênalti que acabou anulada após a arbitragem checar no VAR que o toque de mão na área havia sido involuntário. O VAR também agiu para dar pênalti de Ederson em Abdulsalam. Khoukhi foi para a cobrança e acertou o travessão, já nos acréscimos.
Metade do estádio vazio no reencontro da seleção com Brasília
A seleção brasileira principal não jogava na capital federal desde a Copa do Mundo de 2014, quando perdeu por 3 a 0 para a Holanda na disputa de terceiro lugar. O time olímpico ainda passou pelo Mané Garrincha em 2016, no empate por 0 a 0 com a África do Sul. Mas todo esse tempo de distância não animou tanto a torcida brasiliense. Foram pouco mais de 34 mil torcedores presentes, menos da metade da capacidade do estádio.
FICHA TÉCNICA
BRASIL 2 X 0 QATAR
Data: 5 de junho de 2019, quarta-feira Horário: 21h30 (de Brasília)
Local: Estádio Mané Garrincha, em Brasília
Público: 34.204 Renda: R$ 3.880.825,00
Árbitro: Jose Argote (Venezuela)
Assistentes: Lubin Torrealba e Franchescoly Chacón (ambos de Venezuela)
Cartões amarelos: Casemiro (Brasil); Pedro Miguel e Madibo (Qatar)
Gols: Richarlison, aos 16, e Gabriel Jesus, aos 24 minutos do primeiro tempo.
BRASIL: Ederson; Daniel Alves (Éder Militão), Miranda, Marquinhos e Filipe Luís (Alex Sandro); Casemiro, Arthur (Fernandinho) e Coutinho (Paquetá); Neymar (Everton), Richarlison (David Neres) e Gabriel Jesus. Técnico: Tite.
QATAR: Al Sheeb; Al Hajri, Khoukhi e Salman; Pedro Correia, Madibo, Hatem (Abdulsalam), Haydos (Doozandeh) e Hassan (Ali Afif); Akram Afif (Alaaeldin) e Almoez Ali. Técnico: Felix Sánchez.
Fonte / Imagens: www.uol.com.br