Bandidos queimam carro roubado em Cambé na região de Jaguapitã
Na noite de 21 de abril de 2025, por volta das 21h30, um esfaqueamento foi registrado no Loteamento Florais, em Cascavel – PR. A vítima, atingida por duas facadas – uma no pescoço e outra no peito – foi socorrida e encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Brasília. O autor do crime, conhecido pelo apelido de “Tico Louco”, foi detido pela Polícia Militar próximo ao local e confessou o ato. Embora a notícia do crime não seja novidade, o motivo por trás do ataque permaneceu desconhecido até agora. Em depoimento à Central de Flagrantes, Tico revelou que agiu movido por revolta após presenciar a vítima supostamente “estuprando” um cachorro.
O Crime
De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar, a vítima foi encontrada na UPA Brasília com ferimentos graves causados por uma faca. No local, ela informou aos policiais que o autor das facadas seria um homem conhecido como Tico Louco. A Delegacia de Homicídios (DH) foi acionada e localizou o suspeito próximo ao Loteamento Florais. Durante a abordagem, Tico confessou imediatamente o crime, alegando que agiu movido por indignação após presenciar a vítima molestando um cachorro.
O depoimento
Em um depoimento detalhado, Tico Louco, narrou os eventos que culminaram no ataque. Segundo ele, a vítima estava molestando um cachorro, identificado como um animal de cor marrom, no momento do incidente. “Ele pegava o cachorro e molestava, e o cachorro pulava e saía gritando”, relatou Tico, afirmando que viu a vítima “colocando o dedo nas partes do cachorro”. Ele declarou que não sabia se o comportamento era recorrente, pois não convivia diariamente com a vítima, mas afirmou estar “cansado de ver essas coisas” no local.
Tico explicou que estava hospedado temporariamente na casa onde o crime ocorreu, já que, segundo ele, “mora em todos os lugares”. No momento do ataque, a vítima estaria consciente e, segundo o suspeito, tentou convencê-lo a ignorar a situação. “Ele levantou e queria que eu ficasse só, de olho fechado e dormisse. Eu achei até estranho depois do que ele fez”, disse Tico, que afirmou ter agido por instinto. “Eu fiquei inteligente, esperto, porque eu me defendo também na minha vida.”
Sobre o momento das facadas, Tico relatou que não se recorda de detalhes como o horário, pois não utiliza celular ou outros dispositivos. Ele confirmou que desferiu dois golpes – um no pescoço e outro no peito – com a intenção de fazer a vítima “sofrer” e “pagar” pelo que fez. “Eu queria que ele sofresse um pouco. […] No meu pensamento, ele ia ficar sangrando até morrer”, admitiu, mas negou ter intenção inicial de matá-la imediatamente. Segundo ele, os dois golpes foram suficientes, pois acreditava que a condição física da vítima determinaria o desfecho. “Se for para você viver, agora é só Deus que vai saber”, teria dito à vítima após o ataque.
Quando questionado sobre por que não desferiu mais golpes, Tico respondeu: “Para mim era o suficiente. […] Isso aí é a condição física da pessoa. Eu também sei do corpo da pessoa.” Ele também destacou sua visão de justiça própria, afirmando estar “cansado de ver essa putaria e ninguém fazer nada”. Para o suspeito, a sabedoria vem com a experiência, e ele agiu para evitar que a vítima “ficasse boba”.
Investigação
O crime ocorreu em uma residência no Loteamento Florais de Cascavel. Não há informações oficiais sobre o relacionamento entre Tico e a vítima ou se outras pessoas estavam presentes no momento do ataque. O depoimento de Tico sugere que ele e a vítima compartilhavam o mesmo espaço temporariamente, mas não fica claro se havia testemunhas diretas do suposto abuso contra o cachorro ou do esfaqueamento.
A Delegacia de Homicídios continua investigando o caso para esclarecer as circunstâncias do crime. A polícia deve apurar se há evidências que corroboram a alegação de Tico sobre o abuso do animal, bem como buscar testemunhas e realizar perícias no local e na arma utilizada.
Tico Louco foi autuado em flagrante e deve responder por tentativa de homicídio, conforme a gravidade dos ferimentos causados. Caso a vítima não sobreviva, a acusação pode ser alterada para homicídio qualificado, dependendo da análise das qualificadoras, como motivo torpe ou meio cruel, conforme previsto no Código Penal Brasileiro. A alegação de que agiu em reação a um suposto abuso contra um animal pode ser considerada pela defesa, mas não exime o suspeito de responsabilidade criminal, já que a legislação brasileira não permite a justiça com as próprias mãos.
O direito ao silêncio foi informado ao suspeito durante o depoimento, mas ele optou por relatar sua versão dos fatos. As declarações de Tico, que admitiu a intenção de fazer a vítima sofrer e a possibilidade de sua morte, podem agravar sua situação perante a Justiça.
Próximos Passos
A investigação está em andamento, e a Polícia Civil deve ouvir outras testemunhas e coletar provas materiais para esclarecer o caso. Além disso, a condição do cachorro mencionado no depoimento deve ser avaliada para verificar se há sinais de maus-tratos.
O caso será encaminhado ao Ministério Público, que decidirá se fará a denúncia formal contra Tico. Enquanto isso, ele permanece detido.
FONTE :- CGN